AMBIENTE: CASA DA SERRA
ANO: 2021
CATEGORIA: Mostras
CONCEITO
Que tal ir mais devagar? Parece difícil encarar essa proposta em um mundo que não aceitou desacelerar, mesmo com as experiências vividas a partir de 2020. O lifestyle, que prega uma vida sem pressa, mais leve e equilibrada, pode ser fundamental e é possível tirar proveito da arquitetura, do design e da decoração para que esse objetivo se transforme em prática. Ele está baseado no conceito de slow living, que sugere uma vida e trabalho inspirados por valores simples e reais, indo muito além do sustentável.
Esse projeto parte do conceito de uma casa modo-lar, pensada assim mesmo. Toda em estrutura metálica, de montagem rápida, encapada por brises, utilizando placas de cimento no piso e rasgos de luz no teto, demonstra simplicidade tanto na montagem, quanto na arquitetura e uso do espaço. Não há nada que o mascare.
A opção pelo revestimento em madeira, da Duratex, traz conforto visual e acolhimento. Em uma área de 320m2, a proporção interna se equivale à do deck externo, cada uma com 150m2 Os ambientes integrados sugerem que morar, receber família e amigos e mesmo trabalhar em um mesmo espaço é uma realidade e são ações que podem estar em perfeita harmonia.
Estrategicamente, essa casa oferece abrigo para necessários momentos de reclusão e, ao mesmo tempo, se adapta à realidade, que pede conciliação em um lar que proporciona acolhida, morada, onde é possível expandirse, seja no modo conectado ou off-line. Foi pensada para que as obrigações diárias possam ser cumpridas com facilidade e onde seja possível recarregar a própria energia, tirando o peso diário da sensação de que sobra pouco tempo para o simples existir.
É também um projeto que cria novas perspectivas para o verde, mesmo quando ele não é abundante no entorno. Por isso, ele está dentro da casa, de forma naturalista e inspiradora. Assim, o interior é também jardim com cheiro de mato e abriga, inclusive, uma jabuticabeira em local estratégico onde recebe luz solar e até mesmo a água da chuva.
Na paleta de cores, o mínimo também impera. Preto, madeira e a neutralidade do cimento favorecem as peças de design, assinadas por Zanine Caldas, Ricardo Fasanello, Olavo Machado, além da linha autoral do arquiteto, de cadeiras e espelhos. O conjunto mostra que o básico pode ser aconchegante, cheio de beleza e muito prático.